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domingo, 15 de dezembro de 2019

AOS CLIENTES, FELIZ NATAL!!




Termino 2019 enfrentando conclusões inseguras, avaliações implacáveis, dúvidas que desconcertam. Começo a fechar este ano e me vejo precisando pensar em coisas boas, esperar por elas, acreditar nelas. Acima de tudo, preciso acreditar que meu caminho está correto, que os frutos que vejo são reais e não apenas desejos.
Eu sou uma mina de rede (ou de facebook, vai, porque o instagram não me convence e olha que eu tento...rs).
É ali que divulgo meu trabalho, meus livros, minhas ideias. É ali que muitas vezes rio, me enterneço ou choro. Acompanho histórias e situações de pessoas que, na verdade, desconheço, mas que esse estranho mundo virtual nos coloca perto.
A rede não é, para mim, um lugar desagradável, ao contrário. Pese aos toscos que sempre há em qualquer lugar, eu vejo gente interessante, pessoas boas sendo boas e melhorando o que dá pra melhorar. Leio gente inteligente e percebo muitos batalhando honestamente pelo que lhes toca o coração.
A rede me lembra o rio Ganges, sabe. Quando lá estive, primeiro fiquei chocada: a água era pútrida, viscosa, um cuspe gigante (imagem nojenta, mas pode acreditar, é isso aí). Mas também tinha o nascer do sol mais esplêndido, um sol gordo, laranja e dourado, imenso e parecendo ao alcance da mão. Gente sorrindo feito festa e saris coloridos cintilando feito flores logo cedo. Leprosos nas escadas e homens devotos meditando. Cremações públicas e a fumaças pungente do que um dia foi uma pessoa e sua história e, logo ali ao lado, crianças felizes, aprendendo a receber o dia com orações e risos. O Ganges é a definição de sublime do Joseph Campbell: o terrível e o divino a um só tempo.
A rede é igual. E hoje faz parte da vida como a bipolaridade do Ganges faz parte da Índia. O rio e a rede são um espelho da vida, porque é o que somos: o terrível e o maravilhoso em eterna coexistência.
Meu trabalho este ano focou em ancorar um sistema novo de atendimento, o TSO - Tarô de Suporte e Orientação. Um sistema que exige muito mais de mim, porque demanda um cuidado imenso em avançar na forma de aplicar o tarô, mas atenta para não invadir áreas que não me pertencem. Mas esse é um sistema que também exige muito mais do cliente. Ele tem que estar disponível por 4 semanas e, pior, tem que confiar em que há sensatez na minha loucura.
E penso que o caminho do tarô é difícil. Há um imaginário popular todo errado que me dá um trabalho cão desfazer; há colegas seguros que são generosos e com quem se pode contar, mas há os que recusam visões diferentes e tentam te diminuir; há a soberba de alguns que me faz revirar os olhos de tédio e a humildade inteligente de outros que realimenta e estimula; há a insegurança de todo freelancer e um fim de ano sem as alegrias de um décimo-terceiro corporation. Tarólogo não tem isso e também não costuma ganhar cesta de Natal, é a gente mesmo que tem que se virar pra descolar o peru...rs.
Mas eu passo a régua em 2019 extremamente grata, porque como o que é do homem o bicho não come, a vida me traz, sempre, clientes especiais. Pessoas de coragem e força, cabeças e corações brilhantes, de uma bravura enorme ao olhar pra si mesmas e de uma generosidade ímpar em me permitir participar desses caminhos.
À todos os que papeiam comigo por lá ou me seguem aqui, sou honestamente grata pelo afeto, críticas e debates e lhes desejo um divino Natal. 
Mas aos meus clientes desejo mais que isso: que tenham um Natal diferente dos anteriores e muito melhor. Que seja fruto de tudo que refletimos, experimentamos e descobrimos juntos. E que 2020 lhes seja o ano de renovação, liberação, sucesso e renascimento que merecem, porque o conquistam a cada passo que demos (para quem já fechou seu ciclo comigo), que estamos dando (para quem está comigo agora), ou que daremos (para quem vier a seguir). 
Força na peruca, povo amado!