http://passagem-promocao.com/pluna-airlines-passagem-promocional-brasilia-buenos-aires/
Encontrei,
no maravilhoso site do Clube do Tarô, um ótimo texto do
experientíssimo Nei Naiff sobre a grafia correta da palavra “tarô”.
O
autor discorre e comprova os porquês de “tarô” e não “tarot”,
na verdade algo que acaba soando como o óbvio que não tinhamos
notado, mas só depois que alguém tão diligente explica isso com
tantas minúcias.
Mesmo percebendo tudo isso, levei uns minutos para entender porque
fiquei indignada e confusa, até que algum insight me
trouxe de volta uma cena muito antiga.
Eu
devia ter uns 15 anos e escrevi femenino em algum texto, o que
levou uma amiga minha a gargalhar escancaradamente sem que eu
entendesse patavinas, para usar uma expressão que ainda existia. Ela
ria e dizia: “FeMEnino!!! Quáquáquáquá”, também para usar a
gargalhada da época, que não era “kkkkk”.
Fiquei,
então, indignada e confusa, exatamente como me senti ao ler o texto
do Nei. E levou um tempo até que eu percebesse que tinha escrito
“feminino”, mas em espanhol (sou
filha de argentinos e aprendi primeiro o espanhol, depois o
português, é bom esclarecer).
O
que aumentava minha confusão é que, enquanto ela ria, vinham-me à
cabeça os tantos anos escolares até aquele momento: porque será
que ninguém corrigiu isso antes? Será que não calhou de eu ter
escrito femenino em nenhuma redação nas aulas de português?
Ou os professores relevavam por saber que eu era de família
estrangeira? Nada disso fazia muito sentido. O
mais provável é que eu alternasse as línguas em algumas palavras,
sem perceber, escrevendo às vezes feminino e em outras
femenino, e que ninguém tinha corrigido isso antes sabe-se lá
porque. Percebi, então,
que o mesmo tinha acontecido com a palavra “tarô”.
A
vida toda, na minha casa, nos referimos a esse baralho como Tarot,
porque assim é em espanhol. E muitas vezes, embora nem sempre, escrevemos Tarot, com T
maiúsculo, porque é uma forma para representar, literariamente,
certa reverência. Porém,
como gosto e respeito as línguas, bem como o exercício acurado do
vocabulário, ainda que deteste o estudo formal da gramática,
evidentemente concordo plenamente com o texto do Nei Naiff. Fiquei, no entanto, encalacrada entre essa concordância e o fato de que, ao
tentar trocar todos os Tarots por mim escritos (os títulos e afins), por tarôs,
simplesmente não consegui. Meu espanhol primordial fica
absolutamente incomodado e não consegue submeter-se à grafia em português. Maluco, eu sei, mas assim é para mim. O
melhor que posso fazer, portanto, é intitular este blog em espanhol,
para justificar minimamente, ao menos no mundo virtual, porquê o meu
tarô insiste em ser tarot (esperando que isso chegue até os leitores do meu livro, cujo título, "Tarot Luminar", tampouco mudarei).
O
que tudo isso me fez perceber, é que por vezes ficamos
tempo demais tentando decifrar os mistérios filosóficos ou esotéricos sobre "de onde viemos" e "para onde vamos" e invariavelmente
esquecemos de relembrar de onde viemos concretamente, investigação que nos dá dados fundamentais para
compreender mais claramente parte do que somos e, portanto, do que vivemos no presente.
Concordo plenamente com vc. É correr para o final sem lembrar do princípio!
ResponderExcluirAbs!
kkkkk mto bom o texto.... eu mesma fico escrevendo: hora tarot, hora taro, hora tarô...kkkkk mas vc sabe da minha dificuldade mental, kkkkkkkkkk com aquele Mercurio conjunto a Netuno que além da dificuldade em me expressar com clareza me faz esquecer de todas as lições gramaticais...kkkkkkkkk coisas que sem dúvida, Freud explicaria e me internaria. Como sempre um prazer ler seus textos! bjjjjjjjjjjjssssssssssss
ResponderExcluirEu gosto de tarot com tê no final e com letra minúscula, me dá a sensação de estar usando uma ferramenta de um país longínquo e fica mais chique... rsrssr!
ResponderExcluirEu li esse artigo tempos atrás e fiquei bem feliz em saber que, escrito de um jeito ou de outro, não estava "errando tanto". :-)
ResponderExcluirMas gosto de tarot, escrito assim mesmo. Me faz sentir que o baralho não é algo enorme e incompreensível, mas sim algo próximo de mim.
Delícia te ler!
Bjim!