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segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Plágio, roubo e personalidade.




Você escreve um texto sobre xis assunto e dias depois vê um colega falar sobre o mesmo tema. Aprecia o fato de ter dissertado sobre algo que se prova interessante, ou fica irritado porque fulano "te copiou"?

Você aborda um assunto de xis jeito e na semana seguinte um cara usa a mesma abordagem para um tema similar. Fica grato porque sua forma de ver as coisas está sendo acrescentada à visão dos colegas, ou acaba num tremendo mau humor, porque sicrano roubou sua ideia?

Sincronicidade é constatar que algum assunto está rondando várias cabeças ao mesmo tempo, sem que ninguém tenha conhecimento da produção dos outros. Isso acontece e é natural, especialmente, penso, em se tratando de profissionais ligados aos estudos esotéricos e afins. Já o roubo é copiar você literalmente, enquanto o plágio é fazer algo essencialmente parecido, pegando carona no sucesso alheio, ou então mudar algumas coisas do original, só para parecer que não copiou. 




Ontem, conversando com Emanuel J Santos, um cara super experiente e ético, concordamos que o ideal, na maior parte das situações desse tipo, é apenas deixar rolar. O que te pertence, te pertence; a mediocridade de quem rouba fatalmente transparecerá. Porém, nem sempre é fácil ser maduro ou magnânimo quando se perde tempo e energia construindo um texto ou procurando ideias e, logo depois, ver alguém folgadamente apenas usando o que você desenvolveu. 

O mundo virtual expandiu demais essas possibilidades (na verdade, diria mesmo probabilidades) e está cada vez mais difícil deter a autoria das nossas ideias e produções. E, numa era essencialmente marketeira como esta, é natural que a gente se preocupe em enraizar um nome ou fincar uma marca, para não desaparecer na miríade de produções individuais que inundam a internet. Mas... O que faz algo "pegar" ou não?

Todos nós estamos sujeitos a perder a cabeça diante de um roubo ou plágio e, sendo um tanto pavio curto, particularmente acho que há casos que devem ser, sim, apontados publicamente. Mas, no geral, a verdade é que o que dá poder genuíno a uma produção é a personalidade por trás dela. O que realmente fixa a conexão entre o que você produz e quem recebe isso é... você. Sua pessoa, unica e inigualável. Assim, se o que você produz for fruto de quem você realmente é, isso criará raízes e se esparramará feito batatinha quando nasce. Sim, eu sei: talvez demore, talvez seja temporariamente ofuscado pelo falso brilho dos imitadores, mas acabará por ser reconhecido, justamente por ter fonte sólida e não ser apenas um holograma fugaz. 




Quem cria com essa autofidelidade e sem subjugar sua produção aos outros (seja em relação às opiniões ou às possíveis cópias) é alguém capaz de continuar criando indefinidamente. E a vantagem fundamental é que sempre será automaticamente original, por paradoxal que isso soe.

Já quem copia é um eterno prisioneiro dos outros, sempre raspando o bico nas ideias alheias, feito um abutre ou um rato, em vez de abrir seu próprio caminho. E quem, assim, atrela seu Carro a um Enforcado tem destino certo. 

Mesmo você, que não conhece o tarô, consegue intuir qual seja? Sei que sim.