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EXPLICANDO AS VEREDAS: OS AMANTES, O CARRO, A JUSTIÇA

O caminho d'Os Amantes, arcano VI:

http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Path_split_by_the_%22Batchelor%22_seat_-_geograph.org.uk_-_1387239.jpg


Os Amantes, evidentemente, falam de apaixonar-se, de amar, e esse banco para dois sugere mesmo um casal que faz uma pausa em seu caminhar. Porém, amor não é um estado estático, estagnado. Demanda renovação, cultivo e dinâmica entre os parceiros. O mesmo ocorre em qualquer associação, familiar, afetiva ou profissional.

O caminho que escolhi para Os Amantes, antes de mais nada mostra um momento de escolha: continuar no caminho principal, por onde já estamos vindo, ou seguir por esse outro à direita? 

O que já conhecemos parece mais familiar e mais fácil; é mais largo e limpo e mantém a vegetação (e possíveis insetos) distante do nosso corpo. Porém, parece levar a uma montanha um tanto sem graça, pois já foi explorada e desfalcada e que por isso parece exigir muito trabalho e cultivo para reviver. Ainda assim, é fácil deduzir que, se nos dermos a todo esse esforço, é provável que isso resulte numa grande, bela e verdejante área, mais segura e sempre sólida. 

A nova opção de caminho, por sua vez, convida a ir em busca do novo, mesmo parecendo que mais adiante teremos que abrir à força a vegetação desconhecida, ou seja: não é um caminho que já trilhamos antes. Não sabemos a que nos levará e não é impossível que , no fim das contas, nos leve à mesma montanha que vemos adiante. No entanto, é fácil ver que nos leva mais rapidamente ao alto e, em geral, é essa agilidade, aliada ao prazer da novidade, o que faz seu convite ter tanto apelo.

O fato é que diante de toda escolha é imperativo ponderar e pesar os prós e contras e o banco estrategicamente colocado oferta exatamente isso: a pausa necessária à reflexão diante de toda indecisão, especialmente diante de escolhas cujos efeitos mudem profundamente nosso caminhar

[Mais especialmente no caso do amor, quando a indecisão se apresenta, transparece a formação de um trio ou triângulo. Nem sempre, porém,   isso representa um amante no sentido clássico. Pode apenas revelar a presença de uma terceira vibração que perturba ou desequilibra o duo, ou que demanda mais atenção, como no caso de um casal lidando com as exigências profissionais pessoais, ou então com as demandas familiares de cada um dos parceiros.]

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O caminho d'O Carro, arcano VII:

http://theflore.aminus3.com/image/2009-02-28.html


Esta imagem de cara sugere o primeiro atributo deste arcano: a rapidez ou velocidade. Mais do que vir ou chegar, parece ir ou sair e, como é uma estrada, naturalmente também há a ideia de viagem.  E quem viaja, vai ou sai, seja de um local, situação ou estado de espírito, em geral encarará uma mudança em maior ou menor grau.
Mudar, resolver algo, ou sair de uma situação ou estado, especialmente em alta velocidade, demanda algum planejamento ou estratégia para lidar com os conflitos ou obstáculos possíveis do caminho. 
Parece mesmo que, com tanta agilidade, o ser que viaja nessa estrada da imagem conseguirá chegar antes que a noite caia de vez, pois corre como se quisesse conquistar a vitória numa gincana. São os atributos dos grandes guerreiros e lutadores destemidos, sem dúvida, mas sua sombra mostra que também são os atributos dos covardes e dos omissos. Por tudo isso também paira subliminarmente o risco ou a tendência à arrogância, tanto de quem acredita que sempre vencerá, quanto de quem não admite a própria fraqueza ou dificuldade.

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O caminho da Justiça, arcano VIII:


http://www.4culture.org/publicart/collection/profile.aspx?projectid=25&cat1=Collection&cat2=Built&cat3=Plaza&cat3b=20



Aqui, logo de saída, vemos que o homem, embora quase lá, está levemente fora do centro, como se estivesse sugerindo a dificuldade que temos de conseguir o equilíbrio perfeito ou exato, pois isso demanda visão imparcial . Realmente, estando dentro de uma cena, situação ou evento, é mesmo muito difícil ver com imparcialidade, como é difícil julgarmos a nós mesmos com isenção. Tendemos a alternar nosso autojulgamento vagando entre os extremos da autoindulgência indolente e da autocrítica feroz - e, claro, estendemos isso à observação e julgamento do outro. Uma Justiça verdadeira pede isenção pessoal, sem variar a sentença de acordo aos nossos desejos, projeções psíquicas, antipatias ou empatias pessoais. 
Esta imagem mostra que há vários caminhos para se chegar a esse centro exato, alguns, inclusive, que parecem seguir à margem do caminho central, mas que, no entanto, levam-nos ao mesmo lugar. Podemos perder tempo e, talvez, a nós mesmos, dando voltas num labirinto ilusório (que é exatamente o que faz, em geral, a Justiça brasileira hoje em dia...rs), cheio de coisas que nos distraiam, ou podemos perceber e aceitar o fato de que quase sempre há, dentre todas as hipóteses, a que mais obvia e diretamente nos leva ao cerne da questão. A Justiça do tarô alerta de que cabe unicamente a nós mesmos decidir qual desses caminhos escolheremos e, mais importante, nos incita a refletir sobre os porquês dessas escolhas e sobre nossa responsabilidade em relação aos seus efeitos. Pois, assim como os caminhos marginais parecem escapar de passar pelo caminho essencial da Justiça, na verdade fatalmente a ela levarão.
Finalmente, os jardins estão pontilhados de plantas jovens, quase recém brotadas, lembrando-nos de que o que decidimos plantar determina o que iremos colher mais adiante. Naturalmente, isso implica em que também, de um modo ou de outro, seremos julgados pelo que vier a brotar.



4 comentários:

  1. Acertei nos amantes: amar ! puxa....rsssrs
    o carro e a justiça, tateei proximamente algo perto. rsssrss

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    1. rsrsrs...
      Dalsan, pra mim o apaixonar-se d'Os Amantes é o menos interessante, sabia?... A questão do aprender a escolher, sim, acho fundamental e até o fim da vida será fundamental.
      Apaixonar-se é aquela experiência que neste momento até acho bacaninha, mas não mais a única coisa importante na vida, longe disso. O amor fundamental na vida é, na verdade, de outra ordem. Já essas cutucadas do Cupido são aquela coisa que já sabemos: às vezes é amor real, às vezes é só projeção psíquica, outras vezes mero medo da solidão etc...rs.
      Bjs

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  2. A imagem do banco na carta dos amantes...Nunca tinha imaginado essa nuance que apontou!
    Na carta do carro, também nunca tinha pensando na arrogância, mas nas escolhas conscientes que fazemos...Comprometimento!
    A justiça...Ai ai ai! Esse equilíbrio na semeadura e a realidade da colheita! Responsa...Rs
    Mais aumenta minha curiosidade em relação ao seu livro!
    Obrigada por sempre partilhar Hermana! Bjuss

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  3. Oi Edna querida,
    O Carro é um guerreiro/general vitorioso após a batalha. No tarô egípcio se chama "O Triunfo" e toda vitória ou triunfo sempre tem a arrogância como risco ou sombra..rs.
    Que bom que vc está gostando, fico super feliz e grata!
    Bjsss mtos!

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