O caminho do Eremita, arcano VIIII:
Os caminhos d'A Força, arcano XI:
http://angelslightworldwide.com/tag/cave-light/
Esta
é a vereda do caminhar interno.
A
imagem sugere possibilidades de caminho por dentro da terra ou,
podemos inferir, do corpo físico.
Os
compartimentos parecem esculpidos pela ação do tempo,
como a dizer que o ser que aí vive é um peregrino em
busca do conhecimento desse mundo interno e que, ao passear por
dentro de si mesmo, vai formando essa casa natural, especificamente
moldada a quem ele é.
Apesar
de duras, as paredes convidam ao recolhimento e,
embora subterrâneo,
o local é acolhedor e mesmo protetor.
É fácil presumir que alguém diligente
e pacientemente faz a limpeza
desse mundo interno: não há
insetos, nem perigos que distraiam quem aí medita.
A
fonte de luz natural age como luz
própria e perene, à qual o
Eremita sempre pode retornar ou
recorrer. Na verdade, ela aparece
como uma conexão intensa, brilhante e exata, um tubo de luz
que liga o ser interno com o externo.
Ao
fundo, à direita, percebe-se outra luz tênue e mais rasteira,
indicando que esse ser não é forçado a uma reclusão eterna, ao
contrário: tem plena liberdade
de ir e vir, como alguém que, de
tempos em tempos, sai e
recolhe mais conhecimento para
enriquecer suas reflexões nesse lugar pessoal pacífico e
iluminador.
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O caminho da Roda da Fortuna, arcano X:
http://www.astrolog.org/labyrnth/bower/mazeo07.jpg
A
primeira coisa que chama a atenção, aqui, é a perfeição do
desenho, do fluxo e da "interação labiríntica".
Como
não há pegadas nos desenhos mais próximos, à primeira vista o
desenho não parece ter sido feito pelo herói. Assim, é natural que
a vista salte e procure o início ou a origem desse caminhar: parece
sair desse canto superior esquerdo, algo que não vemos
distintamente, mas que a mente a priori percebe como uma soma de luz
e mar, como se simbolicamente saísse mesmo da fonte original ou dos Mistérios que regem o que chamamos de sorte, acaso ou destino da vida terrena.
O
herói (representado pelo homem na imagem), ao invés de rebelar-se
contra o fluxo ao qual o desenho circular o impele, ou de lamentar
estar naquela roda ou estágio particulares e não em outros mais
adiante, apenas relaxa, entrega-se ao inevitável, aceita e flui com
o momento. É como se tivesse que admitir que não pode controlar tudo o tempo
todo, ao mesmo tempo em que é levado a perceber que todas as voltas (como as
etapas, estágios ou momentos) estão interligados e que, portanto,
mais cedo ou mais tarde acessará a todos eles (certamente, ao menos, àqueles que fazem parte da sua mandala pessoal). Na verdade, em alguns
pontos podemos ver claramente que certas veredas terminam tão de repente quanto começaram, aí sim
deixando ao herói a aplicação sábia de sua autonomia na escolha de seu próximo passo. Para
que esse caminho seja evolutivo há, portanto, um convite subliminar
à uma dança fluente entre o que já parece vir anteriormente
desenhado por mão invisível e a interferência autônoma e
deliberada por parte de quem caminha. O papel importante do herói, nessa imagem, parece ser o de observar a si mesmo atentamente durante os estágios da Roda, sejam "em cima" ou "embaixo", para aprender quando sua interferência agirá a seu favor, ao invés de apenas badernar, talvez severamente, a cadência.
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Os caminhos d'A Força, arcano XI:
http://www.trekearth.com/gallery/Europe/France/North/Ile-de-France/Versailles/photo1193632.htm
http://positiveandinspirationalquotes.blogspot.com.br/2011_08_01_archive.html
Nas imagens que escolhi para A Força, a primeira palavra é "domar".
Na primeira, é a natureza que foi domada, criando jardins de interação pacífica, tanto entre os próprios elementos (água, terra, vegetação, ar), quanto entre o resultado final e o observador. Essa é a arte da diplomacia, que inclui o dom da argumentação inteligente: a habilidade de refrear os impulsos pessoais, aplicar o bom-senso, saber quando ceder e quando exigir, conter o selvagem que há em nós, reunir e compor, atingindo um resultado fluente para todas as partes.
Na segunda imagem isso está representado na interação entre a mulher e a fera, a imagem clássica da carta original.
A subida ao alto, acompanhada pelo poder representado por um leão - poderíamos dizer que ela está simbolicamente acompanhada pela própria força ou poder pessoal - só é possível uma vez que a dinâmica baseie-se, antes, no reconhecimento particular da própria natureza instintiva ou animal, bem como em seu profundo potencial. Afinal, instintos demandam espaços de expressão adequados e não intransigente repressão, caso contrário podem apenas recrudescer e então liberar-se sem aviso, como a proximidade de um leão bem sugere.
Por essa manipulação dos impulsos e instintos mais primários, animais ou básicos, manobra também presente na interação com o outro, é que se diz que esta carta inclui a sensualidade, algo que insinua-se subliminarmente na segunda imagem.
Legal! acertei o Eremita! soy jô - rss alem do louco do mago...
ResponderExcluira roda, realmente complexo e nao soube perceber mais.
a força, gostei do q escrevi !rssrs... e seu texto de alguma forma congrue. muito bom.
rsrsrs... Viu só, Dalsan, qdo a gente se percebe no arcano, como é mais fácil captar?..rs. És o Eremita..rs. Só que TODOS os arcanos estão dentro de nós; "só" temos que reencontrá-los e então equilibrá-los...rs.
ExcluirEssa é, pra mim, a maior função do tarô: nos devolver a interação fluente entre os aspectos positivos dos arcanos e aprender a lidar sem negar os aspectos negativos, por assim dizer...
Bjs