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quinta-feira, 18 de junho de 2015

Não corra, Lola, não corra!




O mundo corre ou corremos nós?

A vida passa rente, quase navalha na pele, cada vez mais depressa. 

Depressa, corra, lá vem uma oportunidade, um desafio, um enigma, uma chance! Corra, Lola, corra! A angústia da pressa, a ansiedade do que deixou de ser vida e virou gincana. Eu preciso ganhar, preciso chegar, preciso saber!

Isso não é real. É o que querem que acreditemos, mas não é real. E será ainda menos real se você se decidir a isso.

Ralente seu ritmo, sua agenda, sua alimentação, a vida em família. Respire. Priorize, repense. Sim, contemporâneo pecado mortal!, abra mão de compromissos, faça menos. Seja mais, fazendo menos. Porque, acredite, você não vai conseguir fazer tudo. Não mesmo, por mais que tente.

Refreie o impulso coletivo que a todos contamina. O patético stress do "se piscar, perdeu". Isso é uma completa bobagem.

Talvez você perca aquela panela de pressão baratinha da Black Friday. Talvez perca o ônibus e tenha que esperar o próximo. Talvez perca o saldão de sapatos bacanas ou o dia de promoções do supermercado.
Mas jamais perderá o que realmente importa; o que era pra ser. Porque o que era pra ser simplesmente é.

A vida não é a panela da Black Friday; ela inclui as trivialidades, mas o trivial NÃO É o essencial do viver.

Estamos ficando totalmente viciados em adrenalina e em trivialidades e dando-lhes um destaque que literalmente não tem cabimento.



E o tempo todo vejo aquele eterno "E se...?" subjacente a toda conversa.

Ah, seu eu tivesse escolhido fulano e não beltrano, hoje estaria na Austrália, ou teria filhos, ou estaria rica, ou vivendo na praia, ou... Você não escolheu errado. Apenas escolheu com base no que sabia naquele momento. E fulano te ensinou o que beltrano não ensinaria. Beltrano, se fosse o escolhido, também te ensinaria o que fulano não poderia. Na verdade, não há como errar. As escolhas apenas refletem nosso grau de autopercepção. 

Os caminhos da vida sempre - sempre - ensinam o que temos que aprender. Só precisamos aprender a escolher com fidelidade a quem somos e não apenas para saciar desejos imediatistas ou...triviais. 




Escolher sem auto-acolhimento é escolher como uma criança de seis anos. Eu quero, porque eu quero e sei lá porque eu quero. Uma criança de seis quer outro pedaço de bolo e aprenderá que seu corpo não o comporta. Aprenderá com enjoos e mal-estar. Aprenderá do jeito mais difícil. Um adulto que escolhe assim, assim aprenderá.

Em vez de entrar na gincana e se perder cada vez mais no turbilhão da bobagem, empenhe-se em saber melhor quem você realmente é e a fazer escolhas com base nisso. Escolhas que, lá adiante, te elevem, em vez de apenas suprir desejos superficiais do agora.

Porque o que é do homem o bicho não come, já diziam as bisavós nas varandas do interior.


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